De <http://openhardware.science/wp-content/uploads/2016/05/GOSH2016_gahtering.png>

Os participantes do Primeiro Encontro de Hardware Científico Aberto e Livre, que ocorreu em Março de 2016 em Genebra, na Suiça, elaboraram o Manifesto GOSH (Global Open Science Hardware).

O manifesto estabelece os princípios de Hardware Aberto e Livre para Ciência Global (tradução livre), qualificando-o quanto a acessibilidade, qualidade de ciência, ética, transformação da cultura científica, entre outros. É um importante documento para guiar as novas gerações de cientistas e tecnologistas. Também é importante apontar para as transformações em curso da ciência no que se refere ao hardware, uma vez que até hoje a discussão de abertura ficou centrada na questão de acesso às publicações científica e aos dados científicos.

Acesse o manifesto em http://openhardware.science/gosh-manifesto/. Você também pode, assim como eu fiz, endossá-lo.

Domínio público - https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Earthlights_2002.jpg

A União Europeia está dando um salto nas questões de abertura de conhecimento. Acabou de ser publicado um estudo, na forma de livro intitulado Open innovation, open science, open to the world, disponível para download.

Este estudo foi encomendado ao Comissário Europeu para a Investigação, Inovação e Ciência pelo próprio presidente da União Europeia. Destaco que este estudo trás muitos dos elementos aplicados no Centro de Tecnologia Acadêmica do Instituto de Física da UFRGS desde sua fundação.

Interessante que a publicação apresenta a abertura do conhecimento como um processo natural advindo do uso das potencialidades das novas tecnologias da informação. Aponta que estimular a abertura do conhecimento é o caminho para melhor aproveitamento dos recursos públicos investidos em ciência e inovação, entre diversas outras vantagens, como as vantagens educacionais.

Apresenta princípios para a abertura do conhecimento através de inovação aberta, ciência aberta, ciência cidadã, citando indiretamente a Wikipédia. Entretanto o texto é superficial nas questões de licenciamento e modelos exemplares de inovação aberta particularmente por não mencionar o software livre e as licenças permissivas, ambos fundamentais para atingir os objetivos propostos no texto. Cita o CERN como origem da World Wide Web, porém não menciona a licença de Hardware Aberto do CERN. Enfim, tomando as questões de licenciamento e plataformas abertas e sua interação com o ensino de ciências e engenharias, os trabalhos desenvolvidos no CTA IF/UFRGS tem muito para contribuir para enriquecer este debate tanto para as questões Europeias, como também no contexto brasileiro.

A publicação sugere a utilização de um conceito chamado “Global Research Area”. Neste conceito “pesquisadores e inovadores podem trabalhar com colegas internacionais onde pesquisadores, conhecimento científico e tecnologia circulam tão livremente quando possível”. Para o Brasil, as tecnologias desejadas para ensino de ciências e engenharias são aquelas que tem as propriedades das “Global Research Area”, ou seja, “o conhecimento científico e tecnologia circulam tão livremente quando possível”.

Outro destaque são as cinco linhas de ações políticas para promover Ciência Aberta:

  1. Fostering and creating incentives for Open Science, by fostering Open Science in education programmes, promoting best practices and increasing the input of knowledge producers into a more Open Science environment (citizen science). This area is also concerned with guaranteeing the quality, impact and research integrity of (Open) Science;
  2. Removing barriers to Open Science: this implies, among other issues, a review of researchers’ careers so as to create incentives and rewards for engaging in Open Science;
  3. Mainstreaming and further promoting open access policies as regards both research data and research publications;
  4. Developing research infrastructures for Open Science, to improve data hosting, access and governance, with the development of a common framework for research data and creation of a European Open Science Cloud, a major initiative to build the necessary Open Science infrastructure in Europe; and,
  5. Embedding Open Science in society as a socio-economic driver, whereby Open Science becomes instrumental in making science more responsive to societal and economic expectations, in particular by addressing major challenges faced by society.

Mais alguns trechos interessantes:

“This publication shows how research and innovation is changing rapidly. Digital technologies are making the conduct of science and innovation more collaborative, more international and more open to citizens.”

“Put simply, the advent of digital technologies is making science and innovation more open, collaborative, and global.”

“… What is meant by Open Innovation? The basic premise of Open Innovation is to open up the innovation process to all active players so that knowledge can circulate more freely and be transformed into products and services that create new markets, fostering a stronger culture of entrepreneurship.”

“… specific innovation can no longer be seen as the result of predefined and isolated innovation activities but rather as the outcome of a complex co-creation process involving knowledge flows across the entire economic and social environment.”

Challenges in areas like energy, health, food and water are global challenges.

“We need to be Open to the World! Europe is a global leader in science, and this should translate into a leading voice in global debates. To remain relevant and competitive, we need to engage more in science diplomacy and global scientific collaboration. It is not sufficient to only support collaborative projects; we need to enable partnerships between regions and countries.”

“…for a rapid and effective global research response to outbreaks like Ebola or Zika; contributing to the evidence base for the International Panel on Climate Change and COP21 negotiations…”

“To maximise their potential, the main components of the ‘Open Innovation’ and ‘Open Science’ policies should also be ‘Open to the World’.”

“One focus has been on the concept of a Global Research Area where researchers and innovators are able to work together smoothly with colleagues worldwide and where researchers, scientific knowledge and technology circulate as freely as possible.”

Texto completo disponível em http://bookshop.europa.eu/en/open-innovation-open-science-open-to-the-world-pbKI0416263/

Logo obtido em http://science.mozilla.org/

Esta é uma adaptação da newsletter do Mozilla Science, edição de Junho.

Chamada à comunidade Mozilla Science

Na chamada à comunidade deste mês, palestrantes falaram sobre co-working e colaboração. Sydette Harry falou sobre o The Coral Project, Alexander Naydenov sobre o Paper Hive, Mark Merrill sobre o Aquarium, e Gerald Rich sobre o Data Proofer.

Seja um embaixador PaperHive

PaperHive é uma plataforma de co-working para pesquisadores que desejam fazer leitura colaborativa. Para ser um embaixador da plataforma, entre em contato: @paperhive ou info@paperhive.org

Grupo de estudos Mozilla Science

No último grupo de estudos, falamos sobre Biojulia, um aplicativo de linguagem Julia para informática. Podem ser acessados o Etherpad e o vídeo da reunião.

Nesse mês falamos com Amel Ghouila, que gerencia o grupo na Tunísia. Conheça melhor o grupo.

Projetos

A reunião de Projetos do mês contou com a participação de Anna Krystalli, membro da Universidade de Sheffield, e Karthik Ram, co-fundador do rOpenSci. Karthik  é um cientista de dados e defensor da ciência aberta na UC Berkeley.

O etherpad pode acessado aqui.

Mozilla Global Sprint

A Global Sprint da Mozilla foi um sucesso, com aproximadamente 35 locais hospendando mais de 50 horas de hacking. Veja as estatísticas, gráficos, dados e siga os projetos do evento.

Mozilla festival

Acontece em Agosto o Mozilla Festival, evento anual de três dias com palestras, ferramentas, workshops, e projetos artísticos sobre ciência aberta. Faça propostas para o evento e se inscreva.

Tópicos quentes

Imagem em: http://f1000research.com/articles/5-632/v2

Ni!

Foi publicado no periódico F1000 Research um artigo importante que agrega evidências atuais sobre o acesso aberto:

The academic, economic and societal impacts of Open Access: an evidence-based review.

Nele estão discutidos o impacto em citações, por métricas alternativas, na mineiração de dados, nas editoras, nos custos, em inovação tecnológica, em países em desenvolvimento, e a relação mais geral com dados científicos abertos e ciência aberta.

O artigo, que também inclui uma breve história do assunto, é resultante de discussões iniciadas na OpenCon 2015. A F1000 Research é uma revista inovadora com revisão por pares abertas e contínua. O artigo encontra-se na sua segunda revisão após comentários dos pareceristas e de leitores, também acessíveis na página.

Um texto importante para se atualizar ou se introduzir no assunto.

Abraços e boa leitura!

De <http://www.sibi.usp.br/>

A Dra. Elisabeth Dudziak, professora titular na UNIP e chefe técnica no Sistema Integrado de Bibliotecas da USP (SIBi-USP), publicou um excelente artigo no site do SIBi reclamando o fato: dados de Pesquisa agora devem ser armazenados e citados.

No artigo ela explica parte do histórico dessa mudança – é sempre difícil cobrir tudo, achei que ficou só faltando contar da importância do pioneirismo da PLoS nesse âmbito, – comenta sobre a licença CC0, – e os procedimentos e repositórios disponíveis para se publicar dados de pesquisa.

Uma notícia muito bem vinda, considerando que no encontro do grupo Ciência Aberta em 2013, com participação do SIBi-USP apresentando os repositórios institucionais de artigos, discutimos justamente a importância das bibliotecas na publicação de dados de pesquisa!

Logo obtido em http://science.mozilla.org/

A partir de agora o Blog contará com uma newsletter mensal, adaptada da produzida pelo Mozilla Science, com as principais novidades sobre a Ciência Aberta!

Reuso de dados

A Mozilla Science divulgou os resultados de uma pesquisa sobre o reuso de dados de pesquisa.

Grupos de estudo da Mozilla Science

O último encontro dos Grupo de Estudos, que aconteceu dia 20 de Maio, reuniu palestrantes sobre Biojulia, um aplicativo de linguagem Julia para bioinformática. Você pode acessar o Etherpad ou o video do encontro para ficar por dentro do que rolou.

Projetos

No encontro de projetos, foram ouvidos diversos participantes do #mozsprint, uma jornada de dois dias por ferramentas, materiais e recursos pela ciência aberta. Novos projetos ainda estão sendo aceitos. Sobre a jornada.

Tópicos quentes

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O Movimento pela Ciência e Tecnologia Pública promove um debate, nesta terça-feira, dia 14, sobre o novo Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação (MLCT&I). O evento acontece no auditório da ADunicamp, a partir das 13h30, e terá transmissão on line pelo socializandosaberes.net.br.

A primeira parte do evento conta com a presença do jornalista Luis Nassif e dos professores Epitácio Macário (da Universidade Estadual do Ceará e representante do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior – ANDES) e Renato Dagnino (da Unicamp), que recentemente publicou um artigo no site Carta Maior sobre o assunto (“As expectativas do Marco Legal da Ciência e Tecnologia”, de 29 de fevereiro de 2016).

Na sequência será realizada uma reunião para debater propostas para o fortalecimento do movimento. No encerramento, às 19h haverá a apresentação do grupo Breusil Cordas Brasileiras.

O Movimento pela Ciência e Tecnologia Pública tem questionado, entre outros, o fato dessa lei não ter sido amplamente debatida com a sociedade, tendo em vista os impactos diretos na pesquisa pública que é desenvolvida no país, e aponta para o risco da privatização do ensino superior e da pesquisa pública brasileira, como consta no documento elaborado e disponível no blog ctpublica.wordpress.com. Quem tiver interesse nessa discussão vale dar uma olhada no blog, onde há artigos e notícias relacionadas com o tema, bem como documentos elaborados até o momento, no âmbito do movimento, como o Manifesto do Movimento, a Carta de Campinas e a carta encaminhada à Presidência da República solicitando o veto ao então PL 77/2015.

A seguir, o documento elaborado para o convite do evento do dia 14, na íntegra:

A recente aprovação da Lei 13.243/2016, denominada “Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação”, abre as portas para a privatização do ensino superior e da pesquisa pública brasileira.

Esta Lei prevê que os Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT) das Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICT) poderão ter estatuto de direito privado, vindo a receber recursos públicos para pesquisas privadas; utilizar mão de obra especializada (pesquisadores e técnicos) pagos com recursos públicos; e ter acesso à infraestrutura pública em atividades de pesquisa para interesses exclusivos de empresas privadas.

A implementação dessa lei representará o desmantelamento do caráter público do ensino superior e da pesquisa do país, contrariando os interesses dos trabalhadores e da maioria da sociedade brasileira em favor do capital privado e das transnacionais.

Tendo em vista a grave ameaça ao conhecimento e à ciência do nosso país, é fundamental uma ampla mobilização em defesa da “Ciência e Tecnologia Pública” voltada às necessidades da maioria da sociedade brasileira.

Preocupadas com essa situação, as instituições e entidades que promovem o evento “Ciência e tecnologia pública: caminho para uma sociedade igualitária” convidam os trabalhadores, estudantes, professores, pesquisadores e a sociedade em geral para fortalecer esse movimento em defesa do caráter público do conhecimento, da ciência e da tecnologia de nosso país.

logoOpenCon2016

Está aberto até 11 de julho o processo de seleção para participar da edição 2016 da OpenCon, que acontecerá na capital dos Estados Unidos, Washington DC, entre 12 e 14 de novembro de 2016 (veja aqui o anúncio oficial). A OpenCon é uma conferência internacional promovida anualmente pela SPARC e pela Right to Research Coalition, voltada para estudantes, professores, bibliotecários e outros profissionais acadêmicos em início de carreira interessados em acesso aberto, educação aberta e dados abertos.

Seguindo o modelo dos anos anteriores, a programação da OpenCon 2016 começará com dois dias de palestras,  mesas-redondas e oficinas, sendo o terceiro e último dia dedicado a um treinamento em advocacy seguido da oportunidade de se reunir com legisladores, representantes de ONGs e outros tomadores de decisão. Entre os palestrantes das duas primeiras conferências da OpenCon estão Jimmy Wales (cofundador da Wikipedia), Mike Eisen (cofundador da PLOS), e Julia Reda (membro do Parlamento Europeu).

A fim de que os custos de uma viagem internacional não sejam um obstáculo à participação de estudantes e jovens profissionais, os organizadores da OpenCon procuram oferecer bolsas totais e parciais à maioria dos participantes. Por isso, para participar da conferência é preciso passar por um processo de seleção, que procura também garantir a diversidade de participantes em termos de carreira, interesses, geografia, gênero etc. As inscrições devem ser feitas pelo site http://www.opencon2016.org/apply

Também é possível participar à distância do evento pela OpenCon Live. Além da transmissão em tempo real das sessões, os organizadores oferecem uma teleconferência para que os participantes remotos possam conversar entre si e liderar oficinas e discussões virtuais. Já é possível se inscrever para a OpenCon Live no site www.opencon2016.org/opencon_2016_live (essa inscrição não afeta o processo de seleção para o evento presencial).

Para alcançar ainda mais pessoas, a Right to Research Coalition e a SPARC estimulam a realização de eventos satélite, que podem ser promovidos por qualquer pessoa/organização, em qualquer escala. No ano passado, o encontro nacional do Grupo de Trabalho em Ciência Aberta foi realizado em parceria com a OpenCon. Quem se interessar em promover um evento satélite pode obter mais informações no site www.opencon2016.org/satellite.

Mais do que uma conferência, a OpenCon é uma plataforma onde pessoas interessadas na ciência aberta podem encontrar colaboradores. Algumas das iniciativas lideradas por membros da comunidade OpenCon incluem as ferramentas Open Access Button e Dissem.in, o site WhyOpenResearch?, as organizações Open Access Nepal, Open Access Nigeria, Open Access Sudan, Open Access Academy e OOOCanada Research Network, o Open Research Glossary, e pelo menos um artigo científico investigando os impactos sociais, econômicos e acadêmicos da publicação em acesso aberto.

Para mais informações, visite o site www.opencon2016.org, siga a OpenCon no Twitter (@Open_Con ou #opencon) e Facebook, e/ou leia relatos sobre as edições anteriores, em 2014, pela Renata Aquino, e em 2015, por mim. É possível assistir a vídeos das edições anteriores do evento e ter acesso a outros recursos no site www.opencon2016.org/resources.

Imagem do blog do projeto Content Mine
O projeto ContentMine, plataforma concebida por Peter Murray-Rust para facilitar pesquisas baseadas na análise em larga escala da literatura acadêmica, tendo por objetivo automatizar a extração em larga escala de fatos contidos em artigos científicos, está oferecendo apoio intelectual e financeiro para projetos que possam fazer uso de sua versão de desenvolvimento e assim, além de se beneficiar dela, também ajudem a desenvolvê-la.

Mais informações neste post no blog do projeto, inscrições vão até 3 de junho!

Ni!

Direito a estudar
Mais uma boa notícia vinda do Uruguai: no dia 13 de abril, o Senado daquele país aprovou o projeto de lei que atualiza a Lei de Direito Autoral, promulgada em 1937, incluindo a permissão da cópia para uso pessoal, desde que com fins educativos, acadêmicos ou de produção de novo conhecimento.

Atividades já incorporadas ao cotidiano, como pegar um livro emprestado na biblioteca, copiar um trecho de uma publicação ou difundir obras em plataformas virtuais com finalidade educacional, são ainda consideradas ilegais. A aprovação da alteração na lei irá beneficiar não só estudantes, bibliotecários e pesquisadores, mas também o público em geral.

O projeto depende ainda da aprovação da Câmara dos Deputados para virar lei. Enquanto isso, a campanha #derechoaestudiar mobiliza os uruguaios.

Saiba mais sobre o assunto:

Obtiene media sanción la ley de acceso a la cultura y a materiales de estudio

Una iniciativa imprescindible