Novas instituições para a ciência aberta
Um movimento como o pela Ciência Aberta, assim como a própria ciência, não se faz de instituições, mas antes por uma reorganização de valores e práticas individuais que irão repercutir nessas estruturas.
Contudo, o surgimento de organizações dedicadas a promover tendências de abertura no desenvolvimento científico reflete a maturidade e consolidação do esforço que os indivíduos contribuem para tal.
Assim, é bastante significativo que neste ano tivemos, além da formação deste próprio grupo de trabalho, o estabelecimento de instituições dedicadas a estudar e avançar tendências da ciência aberta no Brasil.
Este post – para o qual atualizações, complementos e correções são bem vindos (deixe um comentário!) – busca apresentá-las.
- Em abril ocorreu a formação do Centro de Competências em Software Livre do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN).
- Na mesma linha, tivemos em agosto a inauguração do prédio do Centro de Competência em Software Livre do IME-USP em São Paulo, que já funciona há alguns anos na universidade, ao lado do seu correspondente no ICMC-USP em São Carlos.
- Também em agosto, a Itaipú Binacional e seu Parque Tecnológico inauguraram o Centro Latino-Americano de Tecnologias Abertas, que irá pesquisar e desenvolver soluções inovadoras que utilizem exclusivamente tecnologias livres.
- E por fim, agora em setembro, temos a assembléia de fundação da Rede pelo Conhecimento Livre, constituindo o braço institucional brasileiro da Open Knowledge Foundation Network.
Além disso, na próxima semana teremos o segundo encontro, na Cidade do Cabo, para a formação de uma rede internacional de pesquisa em Ciência Aberta para o Desenvolvimento, financiada pelo IDRC-Canadá, que até o final do ano deverá abrir um edital para projetos e ativar parcerias com outras instituições.
E por agora, para concluir, compartilho uma animação fractal produzida por LandscapeWindscreen, para acompanhar uma das Variações Goldberg de J.S. Bach, numa gravação interpretada pela pianista Kimiko Ishizaka como parte do projeto Open Goldberg Variations, que através de financiamento coletivo produziu gravações e partituras em domínio público da obra.
É isso mesmo. Precisamos levantar um tijolo de cada vez.
Gostaria apenas de reiterar (pois escrevi um post sobre isso neste blog) que nesse ano também a Fundação Mozilla (do navegador Firefox) criou uma divisão denominada ScienceLab voltada para ciência aberta. Maiores informações em https://wiki.mozilla.org/ScienceLab.
Essa semana falei com Kaitlin e ela me pareceu animada em não limitar essa nova divisão apenas aos Estados Unidos e Europa.