FAPESP lança programa para projetos em eScience
Fonte: Agência FAPESP
A FAPESP lançou chamada de proposta que inaugura o Programa FAPESP de Pesquisa em eScience.
Essa primeira chamada de proposta, que encerra em 28 de abril de 2014, visa apoiar projetos relevantes que envolvam modelos matemáticos, repositórios digitais e gerenciamento de dados, novos hardwares, softwares, protocolos, ferramentas e serviços, voltados para atender demandas de pesquisas nas áreas de ciências agrárias; artes, humanidades e ciências sociais; engenharia e física, clima e ciências da terra, e à prática e educação em eScience.
A ideia de associar pesquisa sobre infraestrutura de dados a outros domínios do conhecimento busca solucionar o que hoje se transformou em um importante gargalo da pesquisa científica: o desafio de organizar, classificar, selecionar, compartilhar e garantir acesso ao gigantesco volume de dados gerados nos últimos anos em todas as áreas, cruzar dados e variáveis diversas e possibilitar análises mais abrangentes.
“Em função disso, o mundo está se organizando de maneira diferente”, diz Marcondes César, membro da coordenação adjuntada área de Ciências Exatas e Engenharias da FAPESP. A Universidade de Harvard, por exemplo, criou em 2005 o Institute for Quantitative Social Science (IQSS), uma comunidade interdisciplinar de pesquisadores constituída com a missão de desenvolver ferramentas estatísticas e computacionais amplamente acessíveis, para fazer análises em ciências sociais e contribuir para a compreensão e solução dos grandes problemas que afetam a sociedade e o bem-estar das populações.
O IQSS organiza programas científicos apoiados por plataformas de tecnologia e vinculados a oportunidades educacionais e promove a colaboração entre professores, alunos e funcionários, ao mesmo tempo em que oferece a infraestrutura que apoia a investigação. Um desses programas, por exemplo, utiliza tecnologia e dados digitalizados em uma grande investigação sobre a história global das eleições desde o século 19.
A eScience também é base para a pesquisa colaborativa e em rede. “O LHC [Large Hadron Collider] – o maior acelerador de partículas do mundo –, por exemplo, gera resultados que são processados por pesquisadores em todo o mundo. Algumas de suas áreas já montaram estruturas baseadas em dados”, disse Marcondes César.