A situação da ciência aberta
Este post é uma tradução desse outro post (CC-BY) originalmente publicado por Greg Wilson em 17/10/2013 no blog da Software Carpentry. Texto entre colchetes são notas de tradução.
Como parte do “Mozilla Summit” algumas semanas atrás, John Jensen apresentou um relatório sobre a saúde da “open web”. Os detalhes são fascinantes e foram sumarizados no gráfico abaixo mostrando as várias camadas de abertura da qual dependemos. Eu [Greg] vou reproduzí-lo na esquerda e sumarizar minha visão como está a ciência aberta nas mesmas camadas na direita:
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Aqui encontra-se a análise de Jensen (baseada em toneladas de dados) e a minha [do Greg] (que é basicamente minha opinião) de baixo para cima:
Área | Open Web | Ciência Aberta | |
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Acesso | Um terço da população mundial possui acesso regular à internet e apenas 2% vivem em países que estão quase completamente desconectados (Cuba, Iran, Coreia do Norte e Uzbequistão). Por outro lado, apenas um décimo dos norte-americanos com necessidades especias utilizam a internet. | Embora a grande disponiblidade de acesso à internet em países desenvolvidos e de um crescimento em outros países, até mesmo o mais bem financiado grupo de pesquisa ainda encontra barreiras para acessar conteúdo e dados. Pessoas estão trabalhando em todos os níveis para mudar isso, mas existe muito a ser feito. | |
Interoperabilidade | Navegadores web modernos são bastante compatíveis entre si. | Serviços voltados para cientístas normalmente não falam entre si. | |
Liberade de Conteúdo |
Covernos estão tentando controlar quem pode ver o que, mas ainda temos certa grande liberdade para ler, ver e dizer o que queremos. (Nota: quando questionado, Jensen disse que este camada talvez devesse ser amarela para refletir o aparecimento de jardins cercados e DRM.) |
Até pesquisadores renomados e instituições capitalizadas [não encontrei uma boa tradução para “well-funded”] possuem dificuldade em acessar a pesquisa de seus pares devido a barreiras financeiras e outros bloqueios utilizados pelos fornecedores de conteúdo. | |
Inovação | A maior parte ocorreu na área de aparelhos celulares e tablets nos últimos anos. | Inúmeras idéias e serviços tem aparecidos nos últimos anos, e não existe sinais de que isso irá dinimuir. | |
Diversidade de Serviços |
Diversidade diminui quando você aproxima-se do topo da pilha. Por exemplo, a web não é controlada por uma única operadora de rede, mas utilizamos apenas três sistemas operacionais e apenas o serviço de redes sociais e ferramentas de busca são dominados por apenas uma empresa cada um dos serviços. | Diversidade dinimui próximo do fim da cadeia de publicação: existem muito mais pontos para coleta de dados do que arquivos usáveis, e algumas poucas grandes empresas possuem a mesma força na área de publicação que Apple, Google, Facebook, e Amazon possuem na web. | |
Escolha e Contrle do Usuário |
Várias opções para desktop, mas celulares e tablets são dominados pelo Safari e produtos relacionados com a versão móvel do Firefox possuem apenas uma pequena fatia do mercado. Mais importante, talvez, os usuários não possuem controle de suas identidades: Facebook, Google e Yahoo! possuem. | Ninguém domina a ciência na web da mesma forma que Apple, Google e Facebook dominam a web de uma forma geral. | |
Atividade Social |
De um lado, Facebook consome 83% do tempo “social” online dos usuários. Do outro lado, legislações como SOPA e PIPA são repetidamente derrubadas. | O lado social da ciência ainda é fortemente conduzida presencialmente em conferências. | |
Atividade Economica |
Comércio online possui a maior fatia, seguido por propaganda que constitui algo próximo de um monopólio. | O mercado de coisas científicas como a revisão/publicação de artigos é hoje quase que totalmente conduzida pela internet, mas a maioria dos softwares e serviços são caixas pretas controlada por um número reduzido de empresas. | |
Confiança | A internet e mídia social é a 25ª das 25 indústrias nas quais as pessoas confiam, depois de bancos e linhas aéreas. | A grande maioria dos cientistas confiam no trabalho dos seus pares, o que é evidenciado pelo fato de que eles não requistam o compartilhamento de dados e códigos para o processo de revisão ao qual são submetidos. Isso não é necessariamente uma boa coisa… |
Esta análise mostra porque tantas pessoas trabalhando em prol da ciência aberta estão focadas em mudanças institucionais para abrir o conteúdo, e mudanças técnicas para que as ferramentas hoje presente possam conversar uma com as outras. Nossa missão para os próximos anos é ajudar os cientistas a adquirirem as habilidades e ferramentas necessárias para fazerem seu trabalho.
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